quinta-feira, 18 de outubro de 2012


Boa Noite a todos:

Lembro muito bem das minhas primeiras experiências com escrita a professora me deu um lápis e mandou-me acompanhar os pontilhados alguns dias era assim, outros dias ela pedia para fazer onda vai onda veem, lembro também das mães comentando que tinham tido sorte, pois nós estávamos com a melhor professora eu não entendia o porquê, ficava pensando o que a pior professora fazia, e era assim intermináveis exercícios de repetição e fixação, meu irmão é mais velho que eu e já lia e eu também queria ler os gibis dele, minha casa tinha gibis, álbuns de figurinhas e livros infantis, apesar de sermos pobres meus pais valorizavam o estudo tanto que meus dois irmãos também são formados, bem continuando minhas memórias aprendi a ler acho que por milagre e também por querer ler os famosos gibis, bem num lembro-me da segunda  serie da escola e também não lembro da terceira série, lembro da quarta série era dois professores um professor de matemática e ciências outra professora de português, inglês, artes era mais ou menos assim a distribuição, eram pessoas horrorosas ainda hoje tenho nojo da figura do seu Tácito e Dona Neuza, eles sempre diziam estas filas serão alguém na vida fila A e B, eu fazia parte da fila B, pois decorava tudo de medo dele, mais nem sabia o que eu decorava, eu pegava os probleminhas que ele dava e mudava todos os números e decorava, por exemplo, se ele escrevia 4 laranjas eu fazia problemas com 5, 6, 7, 8, 9,10 laranjas e decorava os resultados, pois ele só mudava os números na hora da prova, e ainda dizia que os burros éramos nós, eu detestava ambos, a professora dona Neuza falava que ia sortear alguns alunos para chamada oral, mas ela era terrível, pois sempre chamava o Gerson salinas um aluno tímido e o humilhava, pois ele não sabia decorar era tudo decorado, na próxima quarta ela falava sorteio e caia o nome Gerson Salinas, eu pensava ela podia sofrer um acidente, morrer, o Dinalberto coitado este sofria, ela falava que o nome dele era horroroso e a mãe dele devia não gostar dele, pois colocou o nome mais feio do mundo, eu sempre na fila B, fazendo cara de inteligente mais que nada decoreba pura, bem acho que dona Neuza e seu Tácito combinavam, pois sempre falavam que o Gerson e o Dinalberto não seriam nada na vida, graças a Deus a maldição lançada não funcionou Dinalberto se tornou Engenheiro e Gerson salinas passou em primeiro lugar no concurso de professor de matemática.
No quinta série eu por mim não iria mais para a escola, mais meus pais acreditavam que era o melhor para mim, e não é que eles estavam certos no primeiro dia de aula a professora era Dona Cidinha (estou neste momento chorando escrevendo estas memórias), ela nos recebeu na porta, colocou na gente com todo cuidado crachás com nosso nome, pois ela dizia que nosso nome era muito importante e que queria nos chamar pelo nome e que não queria errar disse também que em uma semana ou menos não usaríamos mais o crachá, pois logo ela saberia o nome de todos nós, aliás, do Dinalberto ela falou que diferente que lindo adorei, ele sorriu ele nunca tinha sorrido. Começou contando da alegria de começar as aulas que não via a hora de conhecer a gente e que estava feliz, eu pensava logo ela vira bruxa, mais não aconteceu ela lia histórias, fazia voz diferentes, nos abraçava e beijava, até podia perguntar se tínhamos dúvidas e ir ao banheiro também podia antes jamais. Enfim ela nos salvou...

Postado por Éverson de Oliveira Garcia

domingo, 14 de outubro de 2012

Após ler e ouvir depoimentos tão significativos fico pensando no que escrever. Acho que preciso entrar no túnel do tempo e voltar à infância, mais precisamente ao primeiro ano. Lembro-me que minha primeira professora chamava-se “D. Carmem” e que era uma jovem bastante dedicada pois cuidava de 4 turmas ao mesmo tempo numa pequena escola da zona rural.
Próximo ao dia das mães, ela pediu que destacássemos uma folha de caderno de desenho. Na lousa, ela fez um coração e escreveu uma pequena mensagem às mães. Eu e os outros alunos copiamos e, acrescentamos outros desenhos (eu fiz algumas flores). O mais interessante é que achei que tinha feito um desenho lindo e que minha letra estava perfeita. Minha mãe tem essa lembrança até hoje e, quando a vejo, penso “Meu Deus, eu já sabia ler e escrever com apenas alguns meses na escola.”
De lá pra cá não parei mais, adoro ler e essa é uma atividade que, além de ajudar muito no meu trabalho permite viagens maravilhosas.

Angela Maria Cereli Romazzini

Falar  da minha primeira experiência com a leitura, às vezes é um pouco triste, mas foi algo que no decorrer de minha vida fez com que eu mudasse a minha forma de pensar. Vou começar contando que em 1970 fui matriculada em uma escola pública pelos meus pais para que eu começasse a aprender a ler e escrever. Lembro-me que os primeiros contatos não foram nada agradáveis. Tinha uma professora totalmente tradicional, ditadora e às vezes muito agressiva na forma de tratar os alunos, mas sempre escutava os adultos dizer que ela era uma ótima professora e conseguia fazer a sala ficar em silencio. Bom, lembro-me que o sistema de alfabetização era Caminho Suave, até hoje não sei que caminho era esse, pois para mim me pareceu muito árduo, não tinha nada de suave.

Os alunos eram separados em filas por conhecimento, pois se o aluno conseguisse aprender as lições passava adiante e se não conseguisse ficaria na fila dos fracos. Na verdade não gostava nada de ir à escola, além de ter muito medo da professora. Talvez por isso não conseguisse aprender e sempre ficava na fila dos fracos.

Um dia não me recordo o porquê, comecei a rir na sala de aula e não conseguia parar de rir, acho que era de medo, então a professora veio em minha direção e me agrediu com uma régua. Sai correndo para minha casa e nem sei como consegui chegar, mas depois de alguns dias já não estudava mais naquela escola e logo depois fui matriculada em uma escola mais perto de minha casa. Não queria ir mais a escola, pois tinha medo do que podia me acontecer. Mas para minha surpresa, ao chegar à nova escola me deparei com uma nova realidade, uma professora muito meiga e carinhosa me recepcionou e me deu toda atenção. Ensinou-me a ler e conhecer o mundo dos livros. Comecei a perceber que o caminho não era tão rude e passou a ser suave. Essa professora mudou minha vida, e minha historia, talvez hoje eu nem fosse uma professora, mas foi por causa dela que comecei a valorizar a leitura e descobrir um mundo diferente dentro dos livros.

Rita de Cássia B. Meola

sábado, 13 de outubro de 2012


Desde pequena, vivendo meus oito ou dez anos de idade, não posso ser precisa, senti uma forte atração pela leitura, em especial por leitura filosófica. Recordo-me que todas as vezes que meu pai nos levava para passar as férias de dezembro no sitio, nos arredores de Brasília, passávamos por uma pequena estrada que recortava a pista principal, nela havia uma pequena placa indicando uma entrada, escrito Casa da Sabedoria, todas às vezes eu ficava esperando o carro se aproximar para poder ler, e ficava muito intrigada, pensava o que poderia ser, será que os que lá vão sabem tudo, são pessoas sábias, conhecem os problemas do mundo e melhor, sabem resolve-los. Depois, com os estudos regulares soube o que seria filosofia. Mas aqueles pensamentos sobre o que estava escrito na placa calou dentro de minha alma por toda a minha vida. Envolvi-me em casamento, filhos e obrigações do lar, mas sempre buscando ler livros dos filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles. Na festa de formatura de minha filha, eu pensei - bom cumpri minha missão, agora posso fazer faculdade de filosofia, e assim, depois de tantos anos sem estudar fiz um vestibular, me formei e hoje leciono filosofia. Minha grande paixão surgiu de uma simples placa indicativa as margens de uma rodovia.



Fátima Costa

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

lersonhareviver


Ao folhear as paginas de um livro e sentir o prazer de uma boa leitura, nesse instante somos pontes, pontes com o passado que já habita em nós, com nossa capacidade de sonhar e criar, basta um fechar de olhos e lá estamos nas mais altas montanhas, no verde mar Egeu, ou diante da Igreja da Sagrada Família em Barcelona, assim com um simples pensar.

Fátima Costa